Embora a fama de Freud esteja ligada à expressão “só Freud explica”, foi o próprio pai da psicanálise que revolucionou a abordagem da psique ao dar ênfase à escuta ativa em suas práticas. Quietude e enigma caracterizavam Freud, que valorizava, acima de tudo, a arte de ouvir. Essa postura permitia aos pacientes falar livremente e, consequentemente, compreender suas próprias histórias e emoções.
A escuta ativa é um dos pilares fundamentais da psicanálise, evitando soluções padronizadas e oferecendo espaço para que cada indivíduo se expresse de maneira singular. Assumir o protagonismo da própria vida é essencial na abordagem psicanalítica, sendo a escuta uma ferramenta poderosa para a autodescoberta e a promoção de mudanças pessoais significativas.
Embora a escuta psicanalítica seja tradicionalmente aplicada em consultórios, suas lições têm sido cada vez mais valorizadas no universo corporativo.
No ambiente de trabalho repleto de informações e distrações, a escuta torna-se uma prática rara, mas valiosa, para cultivar relacionamentos saudáveis e criativos.
Algumas regras simples podem inspirar a arte de ouvir no contexto profissional. Em primeiro lugar, a regra de ouro da escuta: prestar atenção. É essencial dedicar tempo, espaço e empatia ao interlocutor para que ele se sinta à vontade para se expressar.
A abstinência é outro preceito relevante. Evitar interromper ou se precipitar em dar opiniões permite que o diálogo flua naturalmente, fortalecendo a conexão entre as partes.
A repetição estratégica de palavras ou frases-chave enfatiza a importância do que o interlocutor está compartilhando, estimulando-o a aprofundar sua reflexão.
Por fim, aprender a ouvir o silêncio é um desafio valioso. O que não é dito pode revelar pontos cegos que precisam ser enfrentados e compreendidos.
A escuta ativa é uma habilidade fundamental tanto para a vida em geral quanto para o ambiente corporativo. Enquanto muitas vezes enfatizamos a oratória e a escrita, negligenciamos a importância de ouvir e compreender o outro. Seguindo os ensinamentos de filósofos como Epicteto, descobrimos que saber ouvir é uma habilidade valiosa e enriquecedora.
Num mundo midiático, onde o ruído é abundante, aqueles que verdadeiramente sabem escutar, inclusive o silêncio, assumem uma posição de destaque.
A escuta ativa não apenas fortalece a conexão humana, mas também contribui para um ambiente de trabalho mais saudável, empático e produtivo, tornando-se uma ferramenta indispensável para o crescimento pessoal e profissional.